Conheça esse complexo mineiro, a 25 quilômetros da Covilhã, que promete uma verdadeira viagem cultural e histórica pelas galerias desativadas de extração de volfrâmio e estanho.
Há 50 anos, centenas de trabalhadores, entre homens, mulheres e crianças, movimentavam as galerias repletas de volfrâmio e estanho das Minas da Recheira, ou Mina do Alemão, como era popularmente conhecida. Na freguesia do Barco, a cerca de 25 quilômetros do centro da Covilhã, aos pés da Serra da Argemela e às margens do rio Zêzere, essas galerias que durante muitas décadas alimentaram a economia da região, hoje recebem turistas que desejam passar um período como mineiros e apreciar as belezas naturais e geológicas da área.
Desativada como mina de extração desde os anos 1970, as Minas da Recheira ficaram abandonadas durante décadas, até que em 2020 um grupo de investidores viu potencial turístico e educativo nas cinco galerias que fazem parte da Quinta das Minas da Recheira. Após uma série de reformas e adaptações para receber visitantes, o complexo mineiro dispõe de diversos roteiros, com passeios que duram, no mínimo, 1h30min.
No passeio, os turistas equipam-se como mineiros e fazem uma viagem cultural e histórica, até os anos 1970, onde a iluminação para o trabalho dentro da mina ainda era feita através de um gasômetro. Pelas galerias é possível observar a geologia, os filões de quartzo hidrotermal mineralizados, as grandes chaminés de ventilação e como se executava uma exploração mineira.
A visita é guiada e indicada para toda a família, ninguém fica indiferente às belezas e atividades lúdicas que são realizadas dentro das galerias. O cuidado com os visitantes é único. Para os mais receosos com os 50 metros de profundidade que as minas atingem, há sempre dois guias que zelam pelo bem-estar de todos e trechos pensados com iluminação diferenciada e vista constante para as saídas. Para as crianças, há ainda um guia especial! Um cãozinho que pode os acompanhar e manter entretidos.
Salão de eventos e Cave Mineira
Um dos grandes diferenciais das Minas da Recheira é o Salão Mineiro. Um local para eventos com 100m², vista panorâmica para várias galerias e a 50 metros de profundidade. Com uma acústica única, o salão é destinado para diversos tipos de eventos.
Outra aspecto diferenciado desse complexo mineiro é ter destinado uma de suas galerias para a maturação de vinhos e espumantes de uma das adegas mais antigas da Covilhã. São 4.800 garrafas de espumante, produzidas em 2017 e 2019, e quatro pipas de vinho tinto, que fazem parte do primeiro conjunto de vinhos e espumantes, em todo país, a maturarem em uma mina desativada.
Quase 80 anos de história
A quinta onde se encontram as Minas da Recheira pertenceu à família de César Fernandes, que nos anos 1940 descobriu a existência de filões de minério de Estanho (Cassiterite) e Volfrâmio (Volframite), já no rescaldo da corrida ao Volfrâmio, que acontecia nos períodos de guerra, justamente pelo minério ser muito utilizado na indústria das armas.
No entanto, as Minas da Racheira só começaram a ser exploradas em grande escala nos anos 1960, com a chegada dos alemães Walter e Karl Thobe, que deram origem ao nome popular Minas do Alemão. Foram oficialmente inauguradas em 1966 e a exploração das várias galerias encerrou em novembro de 1971, pois a cotação do estanho não justificava mais a exploração das minas.
Informações sobre as visitas:
Ocorrem todos os dias, entre as 10h e às 13h ou entre as 15h e às 19h. As visitas são feitas mediante agendamento prévio através do telefone +351 912 275 075 e +351 910 535 645, ou pelo e-mail minas.recheira@gmail.com
A Quinta dispõe de vários pacotes de passeios que variam de acordo com o número de galerias a serem visitadas, tempo e atividades desenvolvidas.
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