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Covilhã tem, na sua história, a neve, os pastores e os lanifícios. Foi e é conhecida assim em Portugal. Mas, hoje, a Covilhã é uma cidade de olhares múltiplos. Culturas e sotaques distintos. Um recanto cosmopolita no interior de Portugal onde a história não morre, nem se perde.
E, é nessa perspectiva, que o Wool - Festival de Arte Urbana está inserido: manter viva as memórias da cidade, seus personagens e suas lendas. Contar em seus painéis o dia-a-dia da Beira Interior e, sobretudo, usar todo o roteiro como um produto turístico de coesão territorial que fomente, cada vez mais, o turismo artístico e histórico da Covilhã
E, é nessa perspectiva, que o Wool - Festival de Arte Urbana está inserido: manter viva as memórias da cidade, seus personagens e suas lendas. Contar em seus painéis o dia-a-dia da Beira Interior e, sobretudo, usar todo o roteiro como um produto turístico de coesão territorial que fomente, cada vez mais, o turismo artístico e histórico da Covilhã
A 6ª edição do Festival está a pleno vapor. Quatro intervenções, produzidas por artistas de Portugal, Espanha e do Brasil estão colorindo a cidade. Junto das obras, exposições, workshops, música, visitas guiadas e encenadas. No espaço A Tentadora é possível visitar a exposição Intemporal, que rememora toda a história do projeto através de fotografias. Cada registro custa 1 euro e todo valor é revertido para os Guardiões da Serra da Estrela.
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Lara Rodrigues, curadora e uma das fundadoras do Wool. Foto: Fábio Giacomelli |
Lara Rodrigues, uma das responsáveis pela curadoria do Wool, refere que a ideia do projeto passa por mudar a dinâmica e requalificar a cidade a partir das obras. "Não é só colocar um mural na rua. Nunca é mera decoração. É apostar na transformação dos espaços."
Sem conseguir escolher uma obra preferida dentre as mais de trinta intervenções que o projeto já trouxe a Covilhã, Lara cita, porém, que há uma ligação afetiva, de todos que trabalham com o Wool, com a primeira pintura. "A peça que mudou a minha vida, que fez com que eu percebesse o que realmente queria da minha vida, foi a primeira. Foi a dos Arm Collective, ao lado da Igreja de Santa Maria."
Sem conseguir escolher uma obra preferida dentre as mais de trinta intervenções que o projeto já trouxe a Covilhã, Lara cita, porém, que há uma ligação afetiva, de todos que trabalham com o Wool, com a primeira pintura. "A peça que mudou a minha vida, que fez com que eu percebesse o que realmente queria da minha vida, foi a primeira. Foi a dos Arm Collective, ao lado da Igreja de Santa Maria."
Outras obras de grande repercussão e que foram produzidas no âmbito do festival são a Owl Eyes, de Bordalo II, que representa uma coruja e foi a primeira grande obra do artista. Essa obra, inclusive, já foi escolhida como uma das 25 obras mais populares do mundo. Junta-se a ela a representação do Sr. Viseu, produzida por Samina e que retrata um icônico morador do Centro Histórico da cidade, que já trabalhou nos lanifícios, jogou no Sporting Clube da Covilhã e foi treinador de atletismo.
A temática do Wool é a territorialidade. Os organizadores do projeto pedem, aos artistas, que sempre deixem, em suas pinturas, algo que reforce a identidade local. "Neste ano, por exemplo, temos o Mário Belém a usar a temática da água, na Fonte das Três Bicas, a Kruela D'Enfer pegou na janela Manuelina e inseriu outros elementos identitários da zona da Covilhã, o Sebas Velasco veio acompanhado de um fotógrafo e, por três dias andaram a recolher imagens da cidade para compor o mural e, por fim, o brasileiro Douglas Pereira trás os pássaros da região com crianças olhando para pontos que marcam o espaço local", refere Lara.
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A obra do brasileiro Douglas Pereira retrata crianças, pássaros e elementos históricos da cidade. Clique para ampliar. |
A vinda de um artista brasileiro está intimamente relacionada com a comunidade brasileira na Covilhã. Segundo Lara, nos últimos anos os brasileiros têm apoiado muito o Festival e participado das atividades e, por isso, chegaram a conclusão que precisariam trazer um artista do Brasil nesta sexta edição.

A brasileira Ananda Baptista está sendo retratada pelo espanhol Sebas Velasco, (foto ao lado) no Largo da Infantaria. E foi de surpresa. "Descobri a partir de alguns amigos que me enviaram fotos da pintura. É uma felicidade enorme fazer parte da história da Covilhã através da arte. Fico feliz em estar sendo representada por artistas incríveis, em uma cidade que tanto me acolheu e faz com que eu me sinta em casa, mesmo do outro lado do oceano", refere Ananda.
Por fim, Lara Rodrigues reforça o convite a participarem das atividades e diz que ainda há muito por fazer. E que é a confiança das pessoas que prestigiam as peças e dos investidores do setor privado que enxergam no Wool uma ferramenta turística que faz crescer o movimento na Covilhã que os fazem seguir em frente. Mas que o ideal seria um dose um pouco mais de confiança e investimento do poder público para com o projeto. Pois os artistas que aqui estão, costumam cobrar milhares de euros em outros lugares, mas, na Covilhã, vem por bem menos, justamente por acreditar no projeto e por acreditar no potencial que a cidade tem para divulgação de seus trabalhos.
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A obra do português Mário Belém tem a água como temática e pode ser vista ao lado do Sport Hotel. Foto: Fábio Giacomelli |
Para quem quiser acompanhar as próximas atividades do Wool, essa edição tem, previsto ainda, visitas guiadas pelas artes urbanas da cidade estão marcadas para os dias 07, 08, 09 e 10 de junho, a partir das 21h30min, com saídas do espaço A Tentadora e tem um preço simbólico de 2 euros. Já no sábado (08), haverá uma visita encenada, com a participação da atriz Joana Poejo. No domingo (09) haverá visitas guiadas de Tuk-Tuk e uma apresentação musical de Tó Trips (Dead Combo) & João Doce nas Escadinhas do Castelo.
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