Armandinho: Desde cedo estive em um ambiente musical, meu pai foi uma referência importante para mim. Convivi com o grande repertório da música popular brasileira e comecei a me expressar musicalmente ainda muito novo. As minhas composições sempre estão ligadas ao meu dia a dia, ao que eu vivo e sinto. Até hoje isso é uma constante em meu modo fazer música. Eu sou aquilo que canto e canto aquilo que sou.
BC: Ao contrário de alguns artistas que fazem sucesso atualmente, que culpam os parceiros pelos problemas nos relacionamentos amorosos, você parece lidar bem com seus erros e assume isso em suas músicas. Por quê? É mais difícil compor músicas sobre os próprios erros?
Bom, devemos partir do princípio de que todos nós cometemos erros. O que nos diferencia é a maneira como lidamos com isso. Uma das maneira que eu achei é tratar isso em minhas canções. Como disse antes, minha música reflete o que eu vivo. Se estou triste, arrependido ou apaixonado, tudo me leva até o violão e em poucos minutos aqueles sentimentos que estavam em mim se transformam em música. O engraçado é que situações extremamente particulares encontram pessoas que se identificam muito e isso me deixa muito feliz.
BC: O seu mais recente trabalho “Sol Loiro” é um frescor aos ouvidos e traz boas sensações para quem ouve. Qual a história por trás do álbum?
Foi um álbum gravado praticamente todo em meu estúdio, a beira mar, perto dos meus amigos e sem pressão de gravadoras ou algo do gênero. Por isso talvez tenha essa leveza e tranquilidade. Fiquei muito feliz com o resultado e tem canções ali que já não posso deixar de lado nos shows.
BC: Nas suas músicas há influências do reggae, surf music, MPB e até rock. Chegou a vez da música portuguesa influenciar em alguma composição? Ou isso já aconteceu?
Minha música é o resultado de todas os estilos que eu ouvi durante minha formação. O rock, o folk, Marley, o rock dos anos sessenta e setenta, a música popular brasileira e até a música regional do sul do Brasil estão no caldeirão que forma meu estilo. Não tenho preconceitos e estou sempre atento às novas idéias e formas de expressar através da música. Acho que é a hora de conhecer melhor a música portuguesa e extrair alguma influência.
BC: Você gosta de algum artista português em particular?
Escutei e curti Souls of Fire, Ovelha Negra e Capicua. São faces dos muitos estilos que eu gosto e me interesso. Portugal está conectado ao que de mais bacana está rolando na música. Na viagem gostaria de trocar experiências e ouvir mais artista portugueses.
BC:Sobre os artistas brasileiros, quais são seus ídolos e inspirações?
Tenho muitos artistas que influenciaram minha música, fica difícil citar nomes, sempre fica faltando alguém que a gente gosta muito. Mas a música brasileira é muito rica e cheia de características próprias, somos um país continente. A música que se faz no sul é radicalmente diferente da que se faz, por exemplo, no nordeste. Isso faz com que as experiências que temos com nossa música sejam muito amplas e interessantes.
BC: Nas suas vindas a Portugal você se apresentou no Porto, Lisboa, Figueira da Foz e Braga. Pensa em vir para a região da Covilhã, no centro de Portugal?
Eu adoro Portugal, são as minhas origens como brasileiro. Já vim tocar aqui diversas vezes e sou tratado com muito carinho, tanto pelos brasileiros que moram aqui como pelos portugueses que gostam da minha música. Vamos ver como vai se desenvolvendo tudo e quero sim tocar por todo Portugal.
BC: Você pode deixar um recado para os brasileiros que moram na região centro de Portugal? Um convite para os seus shows no país?
Espero toda a galera em meus shows em abril, estamos cheios de expectativas, minha banda está super entrosada e eu estou num momento muito feliz da minha vida e carreira. Vamos quebrar tudo!
Obrigado, Alfredo! 🙂
Que entrevista massa. Parabéns pelo trabalho. Perguntas realmente intefessantes. Fugiram das perguntas que ele deve ta cansado de responder e os leitores cansados de ler, hehe. 🙂