Entrevista: cantor Armandinho conversa com o blog sobre os shows em Portugal

Com quase 15 anos de carreira e seis álbuns lançados, Armandinho é um dos maiores representantes do reggae e surf music no Brasil. Também compositor, lançou sucessos como “Balanço da Rede”, “Desenho de Deus” e “Semente” e retorna à Portugal no próximo mês para a realização de três apresentações: 23 de abril em Sintra, 24 de abril no Porto e 27 de abril em Braga.
Em entrevista ao Brasileiros na Covilhã, Armandinho revela as expectativas para sua nova visita ao país e sobre as inspirações do seu mais recente trabalho “Sol Loiro”, CD que conta com 13 faixas que podem ser ouvidas gratuitamente no site www.armandinhoebanda.com.br  
  Brasileiros na Covilhã (BC): A sua história com a música começou muito cedo. Em uma entrevista você disse que suas primeiras composições foram aos 12 anos. O que se passa na cabeça de um “guri” (maneira de chamar menino na região onde Armandinho nasceu) de 12 anos para compor? Quais as vivências e inspirações?
  Armandinho: Desde cedo estive em um ambiente musical, meu pai foi uma referência importante para mim. Convivi com o grande repertório da música popular brasileira e comecei a me expressar musicalmente ainda muito novo. As minhas composições sempre estão ligadas ao meu dia a dia, ao que eu vivo e sinto. Até hoje isso é uma constante em meu modo fazer música. Eu sou aquilo que canto e canto aquilo que sou.

  BC: Ao contrário de alguns artistas que fazem sucesso atualmente, que culpam os parceiros pelos problemas nos relacionamentos amorosos, você parece lidar bem com seus erros e assume isso em suas músicas. Por quê? É mais difícil compor músicas sobre os próprios erros?
  Bom, devemos partir do princípio de que todos nós cometemos erros. O que nos diferencia é a maneira como lidamos com isso. Uma das maneira que eu achei é tratar isso em minhas canções. Como disse antes, minha música reflete o que eu vivo. Se estou triste, arrependido ou apaixonado, tudo me leva até o violão e em poucos minutos aqueles sentimentos que estavam em mim se transformam em música. O engraçado é que situações extremamente particulares encontram pessoas que se identificam muito e isso me deixa muito feliz.

  BC: O seu mais recente trabalho “Sol Loiro” é um frescor aos ouvidos e traz boas sensações para quem ouve. Qual a história por trás do álbum?
  Foi um álbum gravado praticamente todo em meu estúdio, a beira mar, perto dos meus amigos e sem pressão de gravadoras ou algo do gênero. Por isso talvez tenha essa leveza e tranquilidade. Fiquei muito feliz com o resultado e tem canções ali que já não posso deixar de lado nos shows.

  BC: Nas suas músicas há influências do reggae, surf music, MPB e até rock. Chegou a vez da música portuguesa influenciar em alguma composição? Ou isso já aconteceu?
  Minha música é o resultado de todas os estilos que eu ouvi durante minha formação. O rock, o folk, Marley, o rock dos anos sessenta e setenta, a música popular brasileira e até a música regional do sul do Brasil estão no caldeirão que forma meu estilo. Não tenho preconceitos e estou sempre atento às novas idéias e formas de expressar através da música. Acho que é a hora de conhecer melhor a música portuguesa e extrair alguma influência.

  BC: Você gosta de algum artista português em particular?
  Escutei e curti Souls of Fire, Ovelha Negra e Capicua. São faces dos muitos estilos que eu gosto e me interesso. Portugal está conectado ao que de mais bacana está rolando na música. Na viagem gostaria de trocar experiências e ouvir mais artista portugueses.

  BC:Sobre os artistas brasileiros, quais são seus ídolos e inspirações?

  Tenho muitos artistas que influenciaram minha música, fica difícil citar nomes, sempre fica faltando alguém que a gente gosta muito. Mas a música brasileira é muito rica e cheia de características próprias, somos um país continente. A música que se faz no sul é radicalmente diferente da que se faz, por exemplo, no nordeste. Isso faz com que as experiências que temos com nossa música sejam muito amplas e interessantes.

  BC: Nas suas vindas a Portugal você se apresentou no Porto, Lisboa, Figueira da Foz e Braga. Pensa em vir para a região da Covilhã, no centro de Portugal?

  Eu adoro Portugal, são as minhas origens como brasileiro. Já vim tocar aqui diversas vezes e sou tratado com muito carinho, tanto pelos brasileiros que moram aqui como pelos portugueses que gostam da minha música. Vamos ver como vai se desenvolvendo tudo e quero sim tocar por todo Portugal.

  BC: Você pode deixar um recado para os brasileiros que moram na região centro de Portugal? Um convite para os seus shows no país?

  Espero toda a galera em meus shows em abril, estamos cheios de expectativas, minha banda está super entrosada e eu estou num momento muito feliz da minha vida e carreira. Vamos quebrar tudo!

Conheça a música “Sol Loiro”

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2 Comentários

  1. Que entrevista massa. Parabéns pelo trabalho. Perguntas realmente intefessantes. Fugiram das perguntas que ele deve ta cansado de responder e os leitores cansados de ler, hehe. 🙂

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