Sabores da Serra da Estrela e retomada de tradições no “É Natal no Pelourinho”

Foto: Fábio Giacomelli

Como mostramos na postagem anterior sobre a programação de Natal da Covilhã, acontece desde o final de novembro uma animada movimentação no Pelourinho, centro da cidade, para recepção das festividades de final de ano. O Mercadinho de Natal continua a atrair visitantes com os tradicionais doces e salgados portugueses, especificamente, da Covilhã.

Cerca de 10 barraquinhas montadas em frente aos correios formam um comércio de pães, doces e salgados, com vários produtos típicos portugueses, como o “pão do caco”, oriundo da Madeira e o “Bolo Rei”, prato típico da época de Natal.
Chás são servidos à comunidade. Foto: Tâmela Grafolin
A iniciativa “Aceita um Chá?, criada para retomar a tradição de beber chá como forma de socialização na Covilhã, tem se revelado um sucesso. Com trabalho voluntário de donos de estabelecimentos comerciais da cidade, como o do chef José Rosário, do restaurante Carnes e Sabores, a iniciativa oferece chá de forma gratuita para quem prestigiar as atrações no Pelourinho.
Rosário ressalta que a tradição quase se perdeu, mas que o povo covilhanense ajudou a manter aceso esse costume. Em menos de duas horas de atuação, já haviam servido mais de 80 chás para quem havia passado pelo Pelourinho.

Curiosidade: De onde vem a tradição de beber chá na Covilhã?*

Atualmente os ingleses possuem a fama de maiores consumidores de chá através da tradição do “chá das 17h”. No entanto, o primeiro país a utilizar as especiarias para fazer chá e comercializa-lo na Europa foi Portugal no ano de 1560. Era consumido, no início, pela corte portuguesa e terá chegado à Covilhã em meados do século XVII.
Dados históricos dão conta de que, inclusive, foi uma princesa portuguesa, D. Catarina de Bragança (1638-1705), que teria levado a tradição de beber chá para Inglaterra quando se tornou rainha consorte daquele país, da Escócia e da Irlanda ao se casar com rei Charles II.
A rainha D. Catarina de Bragança também teve responsabilidade na implantação das fábricas de lanifício na Covilhã, assim como trazer a tradição de beber chá na cidade. D. Catarina enviou o primeiro grupo de técnicos de lanifícios irlandeses para introduzir um conjunto de inovações no fabrico dos lanifícios, o que permitiria a Portugal se libertar das importações de tecidos ingleses.
Com o desenvolvimento dos lanifícios após a vinda dos irlandeses, a influência inglesa passou a ser mais forte na Covilhã no século XVIII e o consumo de chá o acompanhou. Os invernos frios na região facilitaram a penetração da bebida nas mesas das famílias burguesas. Já no século XIX, os operários das fábricas desenvolveram o hábito de beber chá, principalmente devido ao aumento de trabalho feminino e às campanhas de combate ao alcoolismo.

*Fonte: Elisa Calado Pinheiro (I&N Iniciativa & Negócios)

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